A safra brasileira de grãos caminha para bater um novo recorde este ano: não de volume, como em 2017, mas de faturamento. A atual safra, ainda em andamento, deve ser a segunda maior da história, com 226,04 milhões de toneladas. Isso representa uma queda de 4,9% em relação ao ciclo anterior. Mas a expectativa é que a receita com grãos cresça quase 5% em 2018, segundo cálculos de analistas ouvidos pelo ‘Broadcast Agro’.
Três fatores principais ajudam a explicar esse faturamento maior: a forte demanda da China por produtos agropecuários, um câmbio que favorece as exportações, e uma Argentina com problemas climáticos. O país vizinho enfrenta uma severa estiagem que vai reduzir a colheita de soja e milho neste ano. Esse cenário vai levar a uma alta dos preços globais de commodities agrícolas.
“A queda na safra da Argentina é a principal variável a puxar para cima os preços de soja e milho”, diz o sócio e consultor da MB Agro Alexandre Mendonça de Barros. A consultoria projeta para os principais grãos – soja, milho, trigo, algodão, feijão e arroz – um faturamento de R$ 177 bilhões para este ano, ante R$ 169 bilhões em 2017.
O montante pode ser maior caso a China reduza as compras de soja norte-americana em retaliação à sobretaxa que o presidente Donald Trump impôs às importações de aço e alumínio. Isso pode levar o Brasil a ampliar os embarques da oleaginosa para o país asiático – já que os três grandes fornecedores mundiais são EUA, Brasil e Argentina.
Fonte: Jovem Pan